A nossa história é longa, mas BEM resumidamente vou contar um pouquinho para vocês: Fabiano e eu nos conhecemos em 2009 e em pouco tempo nos tornamos bons amigos. A convivência foi aumentando, a amizade também, e viramos aqueles “BFFs” que fazem tudo juntos, tipo irmãos.
Após uns dois anos, percebemos que rolou um sentimento diferente, acabou rolando uns beijinhos e depois de alguns meses de insistência naquele papo de sermos só amigos começamos a namorar. Pausa para o momento romance: o primeiro “eu te amo” foi numa viagem (seria o destino?) a Visconde de Mauá, nossa primeira como casal, no clima romântico das montanhas. Com um resultado positivo desse, como parar de viajar daquele momento em diante? Não dava mais!
Quase dois anos se passaram e, como já nos conhecíamos tão bem e tínhamos certeza do que queríamos um com o outro, veio a decisão: vamos morar juntos?
O “tradicional” nunca fez parte dos planos de nenhum de nós dois, mas por questões burocráticas, resolvemos assinar um contrato de união estável. Não houve pedido de casamento, noivado, nada disso. Mas pelo menos uma festa tinha que ter! Agora, raciocinem: era janeiro. Janeiro é véspera de que? Carnaval! Pronto! O tema já estava definido!
Como vocês devem saber, o Carnaval do Rio anda bastante cheio e tem perdido um pouco os encantos de alguns anos atrás, mas poucos blocos ainda preservam o clima nostálgico em que a pessoas vão às ruas super fantasiadas, com a única proposta de se divertir. Escolhemos o Pérola da Guanabara, que desfila na Ilha de Paquetá antes do Carnaval oficial do Rio. Perfeito! Casar em uma ilha, mesmo que a 40 minutos do centro do Rio, não deixa de ser uma viagem!
A ideia era só chamar os mais chegados para celebrar a união com a gente no dia do bloco, mas eu sempre tenho que inventar mais alguma coisa! Pensei em fazer um churrasco na calçada de um boteco qualquer e depois partiríamos para o bloco. O Fabiano ficou meio relutante, achando que não daria certo, mas acabou comprando a ideia.
No fim de semana seguinte fomos até Paquetá para estudar as possibilidades e o resultado foi mais ou menos assim: o encontro no bloco, que virou almoço, que virou churrasco no boteco, por fim, virou uma festa em praça pública! Durante nossa caminhada, a única coisa que conseguiu nos parar foi o lindo coreto que fica na Praia da Moreninha. Na mesma hora decidimos a locação. Logo ao lado, tinha uma pousada e nós aproveitamos para perguntar sobre o preço. Falamos sobre a nossa ideia com o gerente e ele disse que nos ajudaria conseguindo gelo, bebida, churrasqueira e liberando o banheiro da pousada para os convidados usarem. Era pra dar certo! O sonho começava a virar realidade!
Naquele momento, tínhamos dois problemas: falta de tempo e dinheiro. Fazíamos questão de que o casamento fosse no dia do Pérola da Guanabara e o bloco sairia em exato um mês. Além disso, não estávamos preparados para gastar um centavo a mais fora do nosso orçamento e, por mais simples que fosse a festa, o gasto pesaria no bolso.
Aluguel de mesas e cadeiras, DJ, comidas, bebidas, decoração, lembrancinhas, hospedagem, locação, roupas dos noivos, roupas dos padrinhos… Achei que fosse pirar! E os pequenos detalhes não paravam de surgir!
Por sorte conseguimos muitas ajudas. A minha irmã, Aline, e minha concunhada, Marcelle, cuidaram de todos os detalhes da decoração; o Rodrigo, amigo do Fabiano, fez as fotos do casório como presente; minha mãe e meu pai deram bolo, bem-casado e uma parte das bebidas; a Fabiana, minha amiga-irmã-preta e Sônia, a mãe dela, ajudaram com o meu vestido e com as roupas dos padrinhos. O padre foi o nosso amigo em comum, Evaristo, que é gringo e deu um sotaque todo especial ao sacerdote de brincadeirinha. Foi correria total!
Na véspera do casamento chegaram alguns amigos do Fabiano de Campo Grande-MS e partimos rumo a Paquetá. E lá vamos nós, com dois isopores enormes, cheios de carne, bebidas e mais um monte de tralha na barca de carga. Os famosos farofeiros.
Naquele dia apenas almojantamos e ficamos conversando um pouco na chácara que fechamos para a família e amigos. Um dia muito cheio nos esperava.
Amanheceu e os trabalhos começaram! Todo mundo na função de ajudar na decoração, preparar as comidinhas e correr atrás dos ajustes dos detalhes finais. As pessoas que passavam, curiosas, perguntavam o que iria acontecer ali e elogiavam a arrumação. No final, o resultado ficou lindo e surpreendeu até o Fabiano, que estava nervoso com os preparativos.
Tínhamos esquecido de atentar apenas para um detalhe: a autorização para fazer um evento num espaço público. A essa altura, o jeito era contar com a sorte e acreditar que tudo daria certo. E deu!
Em uma bicicletinha da chácara, guiada pelo caseiro, Fabiano se dirigiu ao coreto com a mãe dele e logo depois, era chegada a hora da noiva aqui, que estava toda estressadinha com a demora para o DJ soltar a música, ir ao encontro do noivo.
Subi com os meus pais na charrete que me levaria ao coreto e no meio do caminho comecei a chorar de não me aguentar. MUITO. Sinceramente, não esperava que isso fosse acontecer, mas vai entender a cabeça de uma noiva à beira de um ataque de nervos!
E lá estavam o noivo colorido, os padrinhos angelicais, o nosso padre preferido e os convidados mais carnavalescos do mundo. Todos lindos, fantasiados, compartilhando com a gente um dos dias mais felizes das nossas vidas.
Até pessoas que não conhecíamos participaram da cerimônia e vieram nos parabenizar, algumas delas bastante emocionadas. Uma senhora chegou a me agradecer, dizendo que fazia aniversário naquele dia e que tínhamos dado um dos presentes mais bonitos da vida dela.
Chegada a hora dos votos, eu tremia, chorava e o Fabiano só fazia sorrir. Mas como ele não estava nervoso? Não precisou nem de colinha no momento antes do sim. E eu lá, com o celular na mão, tentando ler o que havia escrito naquela manhã. É impressionante a reação que cada um tem diante de um momento como esse!
Os responsáveis por trazer as alianças foram dois anjinhos chamados Carol e Guilherme, meus priminhos. E ali a união foi selada.
Ao descer do coreto, dançamos ao som de Chico Buarque e deu-se início à festa! Cumprimentamos os amigos, fizemos algumas fotos e quando vimos já era hora do bloco.
Avisamos aos convidados para irmos ao encontro da banda. Os noivos, familiares e alguns amigos acabaram ficando na missão de recolher tudo que fazia parte da cerimônia para dar espaço aos foliões que chegavam com o bloco. Noiva sofre!
O bloco chegou ao coreto e a festa continuou até de madruga. O casamento, que começou por volta das 14h, só terminou depois de meia-noite.
Cansados, de alma lavada e felizes por iniciar ali, num clima leve, alegre e lindo, uma nova etapa da nossa vida, adormecemos na bucólica Paquetá.
A lua de mel? Bom…. Ficou pra depois. Ou melhor, ela começa agora, no dia 5 de novembro, quando embarcamos rumo ao sudeste asiático.
Agora que vocês já “participaram” do casamento, é só acompanhar a lua de mel. 😉
*Todas as fotos de Rodrigo Peixoto. Obrigado, Peixotão!
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