Dicas Islândia
*Por Yuki Yokoi
Enquanto na cidade de São Paulo existem mais de 12 milhões de habitantes, a Islândia tem cerca de 340 mil – e cerca de 2/3 vivem na região de Reykjavik. O que isso quer dizer? Apesar do turismo cada vez mais forte e de os islandeses serem muito atenciosos, é possível que você não encontre nenhum deles para te dar uma informação! Não conte com os atendentes do posto de gasolina, já que todos funcionam no sistema self service. Também não espere muito dos centros de visitantes. Em muitas atrações turísticas você encontrará apenas placas. Então, anote aí algumas dicas:
A Islândia é temperamental. A neblina pode tornar seu deslocamento inviável. O céu azul a perder de vista pode esconder tempestades de vento capazes de virar carros e quebrar janelas. Lembre-se que, como há pouquíssimas árvores no país, você sequer perceberá que está caminhando na direção de uma dessas rajadas. Sempre olhe a previsão do tempo no site do serviço meteorológico – vedur.com.is – ou baixe o aplicativo.
Veja aqui o roteiro completo de 10 dias de carro pela Islândia
Não importa se a previsão é de frio e tempo feio. Leve trajes de banho e toalha! Aproveite piscinas geotermais turísticas, como a Blue Lagoon. Sua principal qualidade é estar perto de Reykjavik. O ponto desfavorável, a meu ver, é ter toda a pinta de resort e água reaproveitada da usina ao lado (ao contrário de similares como a Secret Lagoon e a Myvatn Nature Baths). Se você curte menos pompa e dispensa o serviço de aluguel de roupão, a lista é grande. Quase todas as cidades têm piscinas públicas. O valor da entrada é modesto e você aproveita para fazer um típico programa islandês. Há também piscinas naturais, como a imperdível Hellulaug. Não é preciso pagar entrada, não há infraestrutura, mas tem tudo de melhor que a Islândia pode te oferecer.
Você pode aproveitar a bela imensidão do país para desconectar do mundo, mas para quem viaja de carro é bem útil ter acesso à internet — seja para encontrar seus pontos de parada (muitos têm sinalização bem discreta), calcular tempo de deslocamento e, principalmente, acompanhar as condições do tempo — seja para se prevenir das tempestades, seja para caçar auroras. A cobertura em todo o país é ótima (o mesmo não se pode dizer das rádios).
Os amantes da boa gastronomia não se fartarão na Islândia. Ao sair da capital, as opções são poucas, caras e pouco apetitosas. Optei por me hospedar em hostels e cozinhar na maioria das vezes. Se esta for a sua opção, lembre-se do Bônus. É a principal rede de supermercados do país, com bons preços, produtos variados e um porquinho cor de rosa com cara de alucinado como mascote.
Mesmo estando em dupla, com pouca bagagem e diante de um roteiro sem peripécias, fiquei em dúvida se alugava um carro pequeno (que as locadoras chamam de mini) ou um 4×4. A Ring Road, estrada que dá a volta na ilha, é toda asfaltada — mão dupla, pista simples e sem acostamento nem iluminação. Fiquei com o 4×4, sem arrependimentos. É melhor gastar um pouco mais e enfrentar os ventos fortes, algumas estradas de cascalho (ladeiras infinitas, sob chuva e neblina, como nos fiordes do oeste) e trechos com neve (as estradinhas mais lindas e desertas!) com alguma segurança.
Sem atendentes no posto de gasolina, há duas opções de pagamento: cartão de crédito ou cartão pré-pago. Como li relatos de pessoas que enfrentaram problemas com a primeira alternativa (há possibilidade de bloquearem uma espécie de calção se você faz algo errado, além do custo adicional de IOF), fiquei com a segunda. Basta comprar o cartão na loja de conveniência e lembrar que ele só pode ser usado nos postos da mesma rede. A mais comum é a N1.
O transporte público é quase inexistente. Portanto, não há como dar a volta na ilha sem alugar um carro. Esse detalhe encarece a viagem. Gastei cerca de US$ 1.000 no aluguel do carro (nove diárias), mais US$ 300 com combustível — só há um pedágio em todo o país e o gasto com estacionamento é marginal. Fui em dupla, o que amortizou a despesa. Para quem não dirige ou viaja sozinho, a opção é fazer Reykjavik de base e embarcar nas excursões bate-e-volta — há, inclusive, passeio noturno para caçar a aurora. Se esta é a sua alternativa, sem problemas. O importante é não deixar de ir!
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2 comments. Leave new
Na, você chegou a pegar alguma tempestade? Como foi?
Oi, Lu!
Segue a resposta da colaboradora Yuki Yokoi, que escreveu o post:
Pegue tempestade de vento. No post das dicas indiquei o nome de um aplicativo. É importante sempre acompanhar a previsão do tempo ao menos 2x por dia – de noite, pra preparar o dia seguinte e de manhã, antes de sair, pra conferir se vai dar tudo certo.