O que fazer em Salvador – Bahia: fotos e dicas

Dizer o que fazer em Salvador, uma cidade de mais de 4 séculos de fundação, que foi a capital do Brasil durante 214 anos e é o principal centro da cultura afro-brasileira em apenas um post é uma árdua missão. Mas não podíamos deixar de aproveitar da melhor forma possível o dia que passamos em Salvador, quando voltávamos de Morro de São Paulo (clique aqui e veja as praias paradisíacas que conhecemos na ilha!), para tentar conhecer e fotografar alguns pontos de interesse da capital baiana.

O pessoal da Pousada Solar dos Deuses, onde nos hospedamos, organizou um tour personalizado pela cidade com a Bahia Tours, que fica bem em frente à pousada. Como o tempo era curto (tínhamos apenas uma tarde disponível), o Bira, guia que nos acompanhou, montou um itinerário bem bacana para que pudéssemos ver alguns dos principais pontos de Salvador.

O que fazer em Salvador

IGREJA E CONVENTO DE SÃO FRANCISCO

A primeira parada seria a Igreja e Convento de São Francisco, que fica a poucos metros da pousada. Caminhamos até lá mas, infelizmente, por conta do feriado (era dia de finados), a Igreja fechou mais cedo e demos com a cara na porta. De qualquer maneira, pudemos admirar o belíssimo estilo barroco brasileiro da construção do século XVII pelo lado de fora. Bira nos contou que a decoração interna também é maravilhosa, toda em ouro, mas essa parte teve que ficar para outra oportunidade.

Entramos no carro que nos aguardava e seguimos pela Av. Sete de Setembro, passando pelo famoso Campo Grande, e chegamos à Praia do Porto da Barra.

PRAIA DO PORTO DA BARRA

A praia do Porto da Barra tem uma pequena faixa de areia que vai do Forte de São Diogo ao Forte Santa Maria e, como qualquer bom baiano não desperdiça um feriado de sol, estava completamente lotada. A pequena enseada proporciona águas calmas por ali, daí a popularidade do lugar entre os soteropolitanos nos fins de semana e feriados.

Por falar em praia, dá um clique aqui para saber como ir a Morro de SP, um paraíso de águas tranquilas e muitas piscinas naturais a 2h30 de Salvador!

FAROL DA BARRA

O Farol de Santo Antônio (outro nome do famigerado Farol da Barra) é, desde o século XVII, um importante instrumento para auxiliar a orientação dos milhares de navios que adentram a Baía de Todos os Santos anualmente. A baía, maior do Brasil e segunda maior do mundo, era ideal para o transporte de pau brasil e outras mercadorias pelas embarcações portuguesas.

Hoje, além de sinalizar a entrada da baía durante a noite (é aceso quando o sol se põe e apagado ao raiar do dia), o farol mais antigo da América é cartão postal de Salvador e está aberto à visitação pública. É possível subir os 22 metros de escada e aproveitar a vista lá de cima. Além disso, há no local o Museu Náutico, também aberto ao público.

Por ser o ponto de início do circuito Barra-Ondina dos trios elétricos, o movimento na região é insano durante o carnaval. E parece que não só no carnaval: havia muita gente curtindo o dia por ali, fazendo piquenique, tocando violão e tomando sol. Alguns até se arriscavam a um banho de mar junto às rochas.

DIQUE DO TORORÓ

Quem curte futebol e acompanha o campeonato brasileiro com certeza já ouviu falar na Fonte Nova, estádio onde a equipe do Bahia manda seus jogos. Após ser completamente demolido para a construção da nova Arena Fonte Nova, foi reinaugurado para a Copa do Mundo de 2014. O que muita gente não sabe é que bem ao lado do estádio está um dos cartões postais de Salvador.

Sobre uma bela lagoa de 110 mil metros cúbicos foram colocadas oito esculturas representando orixás, divindades das religiões de matriz africana. São elas: Oxum, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxalá, Iemanjá, Nanã e Iansã. Todas foram esculpidas pelo artista baiano Tati Moreno que, para nosso deleite, também assina várias obras que vimos na nossa pousada.

Curiosidade: alguns historiadores dizem que a cantiga “Eu fui ao Tororó / Beber água e não achei / Encontrei linda morena / Que no Tororó deixei” foi originada ali, na época em que a população da cidade buscava água doce no dique. Pitoresco, né? 🙂

ENSEADA DOS TAINHEIROS

No caminho para a próxima atração, a Igreja do Bonfim, passamos pela Enseada dos Tainheiros, local onde foi descoberto petróleo pela primeira vez no Brasil, em 1939. Do outro lado da Baía de Itapagipe avistamos várias comunidades da periferia de Salvador.

BASÍLICA DE NOSSO SENHOR DO BONFIM

Aposto que você pensa que o Senhor do Bonfim é o padroeiro de Salvador, certo? Errou. Oficialmente, é São Francisco Xavier. Mas, na verdade, o coitado do Xavier não tem uma igrejinha sequer dedicada a ele na cidade, enquanto a devoção pelo Senhor do Bonfim é gigantesca e, bem, você sabe… A voz do povo é a voz de Deus, né?

Todos os anos ocorrem a Festa do Bonfim, católica (segundo domingo após o Domingo de Reis), e a Lavagem do Bonfim (quinta-feira anterior à Festa do Bonfim), quando os praticantes do Candomblé lavam a escadaria da igreja. Um exemplo do adorável sincretismo religioso da Bahia! Além disso, milhares de fiéis e turistas amarram as coloridas fitinhas do Senhor do Bonfim nos portões da igreja todos os anos. Um clássico de resposta para o famoso “o que fazer em Salvador?”.

No interior da basílica, um dos pontos mais procurados é a sala de ex-votos. O local reúne centenas de objetos deixados por fiéis em agradecimento pelos milagres alcançados mediante promessas. Há desde retratos de pessoas curadas a reproduções de membros como braços e pernas feitas em cera. Sem dúvida, apesar de meio mórbido, é bem interessante.

FORTE DE MONT’SERRAT

Próximo à Igreja do Bonfim, mais um ponto bastante frequentado pelos locais em dias de folga. A propósito, ficamos felizes em ver como a cidade é ocupada pelos moradores em busca de lazer. Ao contrário de vários lugares históricos que já visitamos em outras grandes cidades, em Salvador a população nos pareceu de fato reivindicar a propriedade dos lugares públicos e usá-los sem moderação!

Como no Farol da Barra, havia muita gente no Forte e em seus arredores ouvindo música, conversando, namorando, fazendo um churrasquinho improvisado ou jogando bola no campinho em frente à praia.

Não tivemos tempo para ficar por ali até o pôr do sol, mas com certeza é um bom lugar para se admirar o espetáculo.

ELEVADOR LACERDA

Chegamos ao ponto mais famoso de Salvador já escurecendo, e conseguimos algumas fotos do Elevador com a Baía de Todos os Santos e o Mercado Modelo ao fundo, com aquelas cores lindas que amamos na Bahia!

Não dá para falar sobre o que fazer em Salvador sem citar o famoso elevador da cidade. O Lacerda foi construído em 1873(!) para conectar a Cidade Baixa à Cidade Alta, e foi o primeiro elevador urbano do mundo. A “viagem” custa R$ 0,15 (sim, quinze centavos) e dura cerca de 30 segundos. Não é possível ver nada de dentro do elevador, pois a torre é fechada (não panorâmica), portanto não vale a pena subir ou descer a não ser pelo pragmático motivo de locomoção.

A vista mais bacana é desde a parte de cima, na praça Tomé de Souza, onde também há um letreiro com a palavra “Salvador”, muito procurado para as fotos turísticas. Dali para a pousada percorremos o caminho a pé, passando ainda por alguns pontos do Pelourinho.

PRAÇA DA SÉ

No local onde ficava a Igreja da Sé, hoje existe um chafariz e o Monumento da Cruz Caída, erguido em protesto à demolição da igreja, que precisou ir abaixo para a construção da linha de bonde. A maioria das construções ao redor do local datam do século XVIII. Ali perto, no Largo Terreiro de Jesus, está a primeira faculdade de medicina do país, um prédio do século XIX.

LARGO DO PELOURINHO

A algumas quadras do elevador e da praça, após passar por inúmeros casarões lindos e tombados pelo IPHAN, onde hoje funcionam bares, restaurantes e lojas de souvenir, chegamos ao Largo do Pelourinho, local que acabou dando nome a toda a região. “Pelourinho” era uma pedra onde criminosos (e muitos escravos) eram castigados, no centro do Largo. Hoje, talvez para não despertar imagens cruéis sobre o sofrido passado dos afrobrasileiros, a pedra não existe mais. Ficou só o nome, muitas vezes encurtado carinhosamente para apenas “Pelô”. Impossível falar sobre o que fazer em Salvador sem falar dele!

Aconteceu ali a gravação do videoclipe da música “They Don’t Care About Us”, de Michael Jackson, que levou o Pelô ao conhecimento mundial. Comprando R$ 5,00 em mercadorias na loja de souvenir que funciona no térreo do casarão, você pode tirar uma foto na sacada onde o super astro aparece no clipe. É, parece que o local já viveu dias melhores.

Bem pertinho está a Fundação Jorge Amado e, nos arredores, não é difícil encontrar apresentações do Olodum em alguns dias. No carnaval, bloquinhos tradicionais fazem a festa de quem não é muito fã de axé ou não tem disposição para encarar os trios elétricos.

ONDE COMER EM SALVADOR

Antes de iniciar o tour, almoçamos num restaurante lindo e delicioso também no Largo do Cruzeiro de São Francisco, o Cuco Bistrô. A decoração com motivos do sertão baiano é super agradável e a comida, deliciosa.

Pedimos de entrada um mix de salgadinhos crocantes, super bem servido, que quase nos impediu de chegar ao prato principal.

Fomos de carne de sol ao creme de queijo coalho e carne de chorizo com batatas, ambas no ponto certo e saborosíssimas. Foi energia de sobra para o tour e não precisamos nem jantar! Os gordinhos aqui saíram felizes! 🙂

SORRIA!

Depois de uma tarde admirando os lugares históricos de Salvador, sendo expostos à arte, ao folclore e ao modo de ser tão rico e vibrante dos baianos, a vontade era de estender a estadia em vários dias. Voltamos para casa com um gostinho de quero mais que, pelo menos, pode ser atenuado ouvindo e lendo jóias de lá, como Jorge Amado, Caetano, Gil, Dorival, Gal, Raul… A lista é longa, para nossa alegria!

Há muito o que fazer em Salvador, mas o essencial por lá é ser feliz! Com certeza, sorrimos. Pois estivemos na Bahia. 🙂

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