A Islândia não está tão distante assim. Vez ou outra ela passa diante dos nossos olhos. A ilha está nos livros, nos filmes e em séries famosas. Na maioria das vezes, suas belezas são cenário para belas reflexões. De fato, é impossível olhar para aquela beleza imensa e minimalista e não se perguntar sobre qual é o sentido da sua vida.
Se quiser fazer uma imersão no país ou simplesmente se deslumbrar com a paisagem, aí vão algumas dicas:
*Por Yuki Yokoi
Game of Thrones é, sem dúvidas, a produção atual que mais promove os cenários islandeses. Desde a segunda temporada o país é locação constante da série (a exceção foi a sexta temporada).
Os cenários estão espalhados por toda a ilha. Vão desde o Parque Nacional Thingvellir passando pela região de Vik, famosa pelas formações rochosas e praias de areia negra, até o norte, nos arredores do Lago Myvatn.
Outro destaque é Trapped. A série é uma produção islandesa e é excelente. A primeira temporada (disponível no Netflix) gira em torno de uma série de assassinatos que abalam uma pequena cidade em Seydisfjördur. A série se aproveita muito bem do cenário islandês e faz com que a visita aos fiordes do leste torne-se indispensável. Outras séries que passaram pela ilha são Sense8 e Black Mirror.
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Há produções para todos os gostos. Passo longe do refinamento dos bons críticos de cinema, mas arrisquei alguns palpites:
Na categoria blockbuster, o destaque fica para A vida secreta de Walter Mitty. Ben Stiller dá vida ao personagem principal, além de dirigir o filme. Confesso que não apostava muito no filme, mas surpreendeu positivamente. Pela história, pelos cenários e pela trilha sonora — uma amostra da excelente produção musical da Islândia e que vai muito além de Björk.
Innsaei, o poder da intuição é um lindo documentário sobre a filosofia islandesa que promove a conexão das pessoas através da empatia e da intuição. Os depoimentos são excelentes e realmente nos leva à reflexão. Na língua local, innsaei significa “o mar que vem de dentro”.
Assim como a nossa própria vida, A árvore da vida não é nada fácil de digerir. A produção segue o estilo de Terrence Malick e tem estrelas como Brad Pitt e Sean Penn no elenco. A história não se passa na Islândia, mas as cenas filmadas na ilha lançam luz à narrativa.
Para conhecer as dores da derrocada financeira islandesa a melhor produção é Trabalho interno. O documentário levou o Oscar de 2011 na categoria melhor documentário.
A lista vai longe e tem títulos como Prometheus, de Ridley Scott, cuja cena inicial é na cachoeira Dettifoss, ao norte (foto). Interestelar também se passa no país.
Os livros não contam com o artifício das sedutoras paisagens mostradas nos filmes e nas séries, mas sempre fazem a imaginação ir além. Na minha avaliação, dois merecem destaque.
Um deles é A Desumanização, de Valer Hugo Mãe. É o primeiro romance do escritor que se passa fora de Portugal. É denso e especial, assim como os fiordes do Oeste, onde se passa a história.
“O mundo islandês adeja. Tudo é discreto, reservado, intenso e explosivo. Como em um cio da terra, a comunicação deve primeiro desenvolver-se nos úteros da consciência. Só depois, e de forma surpreendente, abre botões de fala. Como vivemos em tempos que tudo sai da boca e a alma mingua, nada mais curioso do que visitar uma ilha em que tudo se esparge a partir da alma profunda e, de quando em vez, emerge entre fiordes.”
Outro é o clássico Viagem ao centro da Terra, de Julio Verne. No livro de ficção científica lançado em 1864, quem desce a cratera do vulcão Sneffels antes do início de julho chega ao centro da Terra.
“Eis o fim de uma narração à qual não darão crédito as pessoas que não costumam surpreender-se com coisa alguma. Mas estou armado por antecipação contra a incredulidade humana”
Quando escrevi esta lista, O sentido da vida, filme de Miguel Gonçalves Mendes, o mesmo do documentário José e Pillar, não havia estreado no Brasil. Alguns dos personagens estão ligados à Islândia. Mesmo sem ter assistido arrisco dizer: o título é tão audacioso quanto perfeito.
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