O que fazer em Quioto: Fushimi Inari Taisha

Milhares e milhares de toriis enfileirados por uma montanha de 233 metros, cheia de degraus, levam os visitantes a um passeio super agradável – e um pouco cansativo – por parte da história do Japão. O templo Fushimi Inari, dedicado à deusa do arroz e da prosperidade, é uma verdadeira preciosidade da cultura japonesa. Suas construções mais antigas remontam ao ano 711.

Templo Fushimi Inari

Ao longo da trilha pelos túneis de toriis há vários pequenos santuários e túmulos. As estátuas de raposas estão por todas as partes. Elas são mensageiras de Inari e, por serem consideradas guardiãs dos celeiros, geralmente carregam uma chave na boca.

Logo na entrada do Fushimi Inari ficam os templos principais, que estão sempre lotados de turistas e fiéis. Um torii gigante sinaliza o início da trilha e alguns lances escada levam os visitantes ao primeiro túnel de toriis, composto por mil portões.

A maioria dos toriis que formam os infindáveis túneis foram doados por comerciantes e em cada um deles há inscrições em baixo relevo com os nomes de quem os doou. Eles chegam “crus” ao templo e são pintados logo após a sua instalação. Imagine o trabalhão que dá pintar símbolo por símbolo! Só mesmo seres humanos evoluídos, com essa paciência de Jó asiática, para encarar a missão!

Percorrer toda a extensão do Fushimi Inari leva de uma hora e meia a três horas, dependendo da disposição de quem a sobe. E do tempo de paradas para as inevitáveis fotos, claro. Não precisa ser nenhum maratonista nem de equipamentos especiais para subir a montanha. Aliás, muitos idosos e crianças fazem o percurso, cada um no seu tempo. A trilha é toda de  degraus de pedra bem largos e tem uma ótima estrutura.

Alguns metros acima do nível do mar já estávamos sentindo aquela dorzinha demos de cara com um lago rodeado por uma bela mata. Um ótimo lugar para fingir que vai admirar a paisagem e dar uma descansada.

Para um pouquinho, descansa um pouquinho e, quando se chega no meio do caminho, abre-se um clarão com uma interessante vista para a cidade Quioto. Outra boa desculpa para fazer aquela parada estratégica, respirar e disparar alguns cliques.

O Fushimi Inari é mais uma prova de que os mortos realmente não sofrem nenhuma discriminação no Japão. Por todos os lados há túmulos e cemitérios espalhados e todos convivem harmoniosa e tranquilamente com aqueles que já se foram desse plano. Depois de passar por muitos túmulos, chegamos ao topo da montanha. Eu esperava ter uma bela vista da cidade lá de cima, mas – surpresa! – tudo que encontrei foram mais túmulos e um templo onde os fiéis fazem seus rituais e pedem por saúde e sucesso nos negócios.

Bom, se não valeu pela chegada, valeu muito pelo caminho. Encontrar o templo e os túneis de toriis vazios, como vemos nas fotos, não é uma missão muito fácil, por isso, para quem não pretende chegar ao Fushimi Inari bem cedo, o melhor jeito de ver os portões de toriis vazios é subir até o final. Quanto mais se sobe, mais vazio fica.

Em meio à trilha há diversos restaurantes tradicionais, lojas de souvenirs, barracas de amuletos, sorveterias e as clássicas máquinas de bebidas. Então não se preocupe, fome e sede não se passa por lá. Depois de termos completado toda a trilha nos demos uma recompensa e brindamos a vitória contra a preguiça com uma cervejinha local.

Com o gogó devidamente refrescado, era hora de matar a fome. Na descida paramos em um dos restaurantes e experimentamos o clássico udon (espécie de noodle mais grosso) com tempura (empanado bem gostosinho que pode vir com vários recheios, geralmente de legume ou camarão). E pela primeira vez comemos nesses lugares onde se senta em tatames ou pequenas almofadas no chão para fazer a refeição. Comer como japa é bom, que pena que dá dor nas costas.

O Fabiano que é grandão, coitado, não conseguia nem enfiar as pernas embaixo da mesa. Achei o udon meio sem gosto e a experiência de almoçar encolhidinha um pouco desconfortável, mas, olhando pelo lado positivo, devo dizer que que a vista estava maravilhosa e foi ótimo tirar um pouco o tênis e esticar as pernas.

Horários e preço

O Fushini Inari fica aberto 24h por dia todos os dias e sua entrada é gratuita.

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