Se você sonha em ver uma aurora boreal e curte paisagens de tirar o fôlego, a Islândia é o seu destino. Foram 10 dias de viagem: uma volta completa na ilha, em sentido anti-horário, partindo da capital Reykjavik.
Escolhi viajar no fim de outubro, período propício para ver Dona Aurora dançar lindamente e quando o frio ainda é amigável com os habitantes dos trópicos. A temperatura variou de -3oC a 9oC, com cerca de 9 horas de sol por dia.
Adapte o roteiro. Se puder, prolongue a estadia. Fique menos tempo se é isso que você tem, mas… vá!
*Por Yuki Yokoi
O dia foi dedicado à capital — a 45 minutos do aeroporto internacional. É só pegar o mapa e caminhar em busca das atrações que lhe interessam. Se quiser saber um pouco da história do país vale a pena aderir a um dos serviços de free walking tour. Não é inteiramente grátis, já que os guias pedem uma contribuição ao fim do passeio, mas vale (super) a pena pagar.
Se aderir ao passeio guiado, sugiro ir cedo. Assim, sobra tempo para conhecer atrações (as mais óbvias) que não fazem parte do roteiro, como a catedral luterana Hallgrímskirkja e a escultura Solfar, em memória dos antigos povos vikings. Pernoite em Reykjavik.
Fim de tarde no Lago Tjrnin, em Reykjavik
Dica de hospedagem para o seu roteiro na Islândia:
Costumamos reservar todas as nossas hospedagens pelo Booking, que é onde tem a maior variedade de hotéis com os melhores valores. Aqui nesse link tem todos os hotéis disponíveis em Reykjavik
Hora de pegar estrada pela primeira vez e conhecer a Blue Lagoon, a piscina geotermal mais visitada da Islândia. Fica ao sul de Reikjavik (40 minutos de carro), perto do aeroporto. É linda e com a melhor infraestrutura, mas na minha opinião o país oferece piscinas bem mais atraentes.
O lado externo da piscina, onde não é possível tomar banho, me agradou mais do que interior
Das águas a 37oC da Blue Lagoon para as de 2oC de Silfra. A mudança brusca de cenários é a cara (e a graça) da Islândia. Silfra fica dentro do Parque Nacional Thingvellir, famoso por ter sido palco da independência do país, mas também por ser o único lugar do mundo onde é possível ver o encontro das placas tectônicas que separam os continentes (normalmente submersas).
É possível ficar em terra firme e conhecer o parque (o que já é muito legal), mas por que perder a chance de encarar a água gelada e tocar dois continentes ao mesmo tempo?
O snorkeling custou cerca de US$ 170, mas é daqueles passeios pelo qual vale a pena pagar
A hospedagem foi às margens do Lago Laugarvtan. Logo na recepção do hostel, a boa notícia: chance elevada de ter aurora boreal. E teve! É indescritível ver a primeira manchinha verde balançar no céu gritando: ei, estou aqui! Se o seu sonho é, além de ver uma aurora, sair para caçá-la por conta própria, você é dos meus. É fácil, é lindo e as dicas estão todas aqui.
A primeira parada do dia foi a cratera vulcânica Kerid. Resume bem a maior parte das atrações turísticas islandesas: lindíssima e de fácil acesso. É só parar o carro no estacionamento que fica ao lado da cratera (ao lado mesmo), pagar uma taxa e aproveitar o tempo que quiser.
Apesar de ser um país caro, as principais atrações turísticas são gratuitas. Se houver cobrança de estacionamento, não há taxa de entrada
Segui para o gêiser Strokkur. Como o intervalo entre cada jato de água é de menos 10 minutos, é só chegar e desfrutar. Também passei na cachoeira Gullfoss. Imperdível.
Reduzi o número de atrações deste dia porque queria chegar cedo ao exótico hotel da vez. Um quarto quentinho, com cama confortável, mas dentro de uma bolha 100% transparente e no meio do nada. Para ficar perfeito, Dona Aurora fez sua mais linda aparição!
Sei que bateu uma curiosidade sobre o hotel bolha. Clica aqui para saber mais.
Hora de exclamar Olha que cachoeira linda! inúmeras vezes por dia. A primeira parada foi na Seljalandsfoss, que te proporciona a bela experiência de caminhar por trás da queda d’água. Mais uns minutos de estrada e você estará diante da Skógafoss e seus 60 metros de altura.
Seljalandsfoss : vale levar capa ou roupa impermeável para aproveitar ao máximo
Cenários cinematográficos também não faltam na ilha do gelo (e do fogo). Compensa fazer a caminhada de quase 2 horas (ida e volta, a partir do estacionamento) até os restos do avião DC 3. A aeronave está lá desde 1975, quando fez um pouso forçado por pane seca.
A região nos brinda com cenários de tirar o fôlego graças às praias de areia negra (de origem vulcânica). Fã ou não de Game of Thrones, passe pelas formações rochosas Dyrhólaey e Reynisdrangar, além da praia de Vik. Todas foram cenário da série. Pernoite em Kirkjubaejarklaustur.
Praia de Vik
Comecei o dia no cânion Fjadrargljufur. Essa parada estava programada para o dia anterior, mas fiquei sem tempo porque incluí a ida ao DC 3 de última hora. Valeu a pena alterar o roteiro!
O restante do dia foi em Skaftafell, parte do Parque Nacional Vatnajökull. Optei por uma trilha intermediária (cerca de 3h) que levava à cachoeira Svartifoss e a uma bela vista do glaciar. Há outras opções, inclusive passeios (pagos) de caminhada nas geleiras.
Por causa de uma tempestade de vento na direção de Höfn, onde havia reservado hospedagem, fiquei 2 horas no centro de visitantes do parque. Lição do dia: sempre monitorar o imprevisível tempo islandês. Ainda deu tempo de passar em Diamond Beach, a praia dos icebergs:
Hora de mergulhar nos fiordes do leste. De Höfn fomos direto para Seydisfjordur. A chegada ao vilarejo é pela Route 93, um dos inúmeros cenários islandeses de A vida secreta de Walter Mitty.
Por falta de tempo pulei a região de Hengifoss, a cachoeira mais alta do país, e fui direto para outra. A força da queda d’água de Dettifoss é impressionante. Pernoite em Myvatn.
O lago Myvatn oferece muitas atrações. Comecei por Kravla, região vulcânica ativa e de belíssimas paisagens. Depois, partimos para o entorno do lago. Há trilhas que somam até 8 horas conectando as atrações, mas optei por ir uma a uma, de carro — gastaria boa parte desse tempo no deslocamento entre um vulcão e outro e preferi poupar tempo:
Antes de chegar a Akuyeri, pernoite da vez, parei em Godafoss. Arrisco dizer que foi a cachoeira mais bonita da viagem:
De Akuyeri direto para Isafjördur, extremo norte islandês e coração dos fiordes do oeste. Foram quase 8 horas de estrada. O deslocamento vale a pena para quem deseja fugir das rotas abarrotadas de turistas. As atrações famosas são realmente lindas, mas foi nessa região que a Islândia me pareceu ainda mais visceralmente Islândia.
Hora de atravessar os fiordes — aqui, boa parte da estrada era de cascalho — e procurar as hot springs. Deixe para trás a grandiosidade e a infraestrutura da Blue Lagoon e encontre lugares especiais como a Hellulaug, na foto abaixo. É uma pequena piscina geotérmica, com água a 38º C, vista para o oceano e para o fiorde Vatnsfjördur.
Talvez aqui resida meu único arrependimento da viagem: não ter incluído outras piscinas naturais no roteiro. Fica a dica!
Hallulaug fica a poucos minutos de Brjanslaekur, de onde parte a barca para Stykkisholmur. Foram US$ 125 (carro + 2 passageiros). O deslocamento de 2 horas nos poupou 4,5 horas de estrada sinuosa pelos fiordes. Vale ter provisões no carro! A cidade mais próxima do cais fica a 40 km e na região não encontrei sequer uma loja de conveniência.
Dia foi dedicado ao Parque Nacional Snaefells. O centro de visitantes estava fechado e, mesmo sem ter informações sobre as trilhas a percorrer, fui surpreendida pela beleza desse lugar. Não à toa, o vulcão Snaefells é o ponto de partida de Julio Verne para a sua Viagem ao centro da Terra.
Do parque direto para Gardur, ao lado do aeroporto de Keflavik. As excursões que saem de Reykjavik para caçar a aurora boreal costumam explorar essa região. Choveu torrencialmente nesta noite e não tive uma dança de despedida, mas não há como reclamar depois de tanta lindeza!
Se a Islândia é o seu destino dos sonhos, não deixe de ler algumas dicas e curiosidades. Se quiser ver e ouvir a Islândia, mesmo sem ir até lá, clica aqui. A terra do gelo é cenário de produções que nos fazem viajar — no pensamento, inclusive.
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12 comments. Leave new
Olá! Ótimas dicas! Estou indo agora dia 20 de Outubro de 2018, e ficarei 7 dias na Islândia. Queria saber algumas coisas, poderia me ajudar?
– Outubro é uma boa época para ir? Viu bastante a Aurora Boreal?
– Quero alugar um carro para dar a volta na ilha. As estradas eram tranquilas? Tinha muita neve nelas?
– Como programou os roteiros dia-a-dia? Pois para isso, é importante reservar os hotéis para passar a noite. Como calculou o percurso de um ponto a outro, de acordo com a quilometragem e hora de chegada nos hotéis?
Obrigado!
Respondido por Yuki Yokoi (autor do post):
Outubro: Mês propício para ver a Aurora Boreal. A “temporada” vai, mais ou menos, de setembro até fevereiro. Lembrando que a ocorrência das auroras depende de diversos outros fatores para acontecer.
Aluguel de carro: Super tranquilo. A estrada que dá a volta no país é inteiramente asfaltada (apesar de ser pista única, sem acostamento). Estradas secundárias podem ser de cascalho. Em out/nov/ do ano passado peguei neve leve – daquela que deixa a estrada escorregadia.
Programação: usei roteiros que encontrei na internet e adaptei aos meus interesses e disponibilidade. Em relação ao meu roteiro, você terá que cortar paradas para dar a volta em 7 dias. Outra possibilidade é não dar a volta literalmente. Para a parte norte (Akuyeri) há vôos internos.
Oi Na, adorei seu artigo! Perfeito! Uma dúvida, você não pegou neve intensa nas estradas? Vamos Final de Outubro também e estou na dúvida se alugamos um carro e percorremos as estradas ou melhor ir com passeios.
Lu, mil desculpas pela demora! Quem escreveu o post foi uma colaboradora, a Yuki Yokoi.
Segue a resposta dela:
No fim de outubro peguei neve fina, apenas no norte, por 2 dias. Nada que atrapalhasse. Nosso único cuidado foi, ao perceber que tinha nevado pela manhã, sair por último do hotel – assim, a estrada ficava com as marcas dos pneus que já tinham passado e corríamos menos risco de derrapagem. Neve fina é complicado por isso. Foma uma camada que, com a chuva, vira gelo e derrapa, ainda mais pra quem não tem prática nessas condições.
Espero que tenha ajudado! =)
Olá..tudo bem ??? Todos esses passeios vc fez com carro alugado ?? Tô pesquisando nas agências na internet e os preços estão absurdamente assustadores…
Oi, Juliano! Tudo bem?
Segue a resposta da nossa colaboradora Yuki Yokoi, que escreveu o post:
A vantagem de fazer passeio com agência é dispensar o aluguel do carro. Me parece mais útil para quem não dirige (ou não quer alugar por estar sozinho) ou pretende ficar menos tempo e não vai ter como dar a volta na ilha. A maioria das atrações não cobra entrada – o que compensa o aluguel do carro.
Espero que tenha ajudado! =)
Vi no site Movida uma super promoção de um HB20. Super Barato. 1600,00 reais para 9 dias. Estou indo com uma amiga em setembro ou outubro.
Acho que vale a pena!
Que dicas incríveis. Estou programando ir em setembro esse ano. Será que posso pegar a aurora boreal? conhece algum site que de pra ver a probabilidade durante o ano?
Quero alugar carro. O carro é comum? Vi no site Movida uma super promoção de um HB20.
Que bom que gostou, Juliana! =)
O carro pode ser comum, sim.
Sobre as dicas para ver a Aurora Boreal, aqui tem um post completo, com dicas de aplicativos que podem te ajudar, inclusive: https://lavainana.com.br/aurora-boreal-islandia-como-cacar-onde-assistir-quando-ver/
Ola
Voce teria o contato da empresa de snorkeling em Silfra??
Oi, Flavia! A empresa foi essa aqui: https://www.dive.is/