No nosso primeiro dia na cidade, saímos para caminhar despretensiosamente pela cidade e nos programamos para conhecer as mesquitas de Istambul apenas no dia seguinte, quando sairíamos com roupas apropriadas para entrar nos templos sagrados muçulmanos.
Nossa primeira parada seria o Bazar de Especiarias, mas ao seu lado havia uma mesquita, onde resolvemos entrar apenas no pátio, para olhar de longe. Era a Mesquita Nova (mais informações abaixo). Curiosos, Fabiano e eu ficamos olhando para dentro da mesquita, tentando ver alguma coisa, quando vimos um senhor turco, na porta do templo, nos chamar. Achamos que levaríamos uma bronca, por não estarmos com as roupas apropriadas, mas ele estava apenas oferecendo lenços e saias para entrarmos no lugar.
Em todas as mesquitas, é preciso respeitar as tradições locais. Não é permitido entrar de sapatos e com cabeças (no caso das mulheres), pernas e braços descobertos. Se você não estiver com as roupas adequadas, não precisa se preocupar, na própria entrada das mesquitas são oferecidos lenços e saias para visitar os templos, inclusive aos homens que estiverem com bermudas acima do joelho ou camiseta sem manga.
Com exceção da da Hagia Sophia, em nenhuma mesquita cobram um centavo pela entrada! Eu pensava que, pelas fortes tradições, não me sentiria bem dentro desses ambientes e que o clima poderia ser um pouco pesado, mas me enganei redondamente! Todas as mesquitas, principalmente as menos famosas, passam uma incrível sensação de paz e tranquilidade. Abaixo, listei algumas das que visitamos.
A Hagia Sophia foi construída no século VI para ser um templo católico e em 1453 foi transformada em mesquita pelo Império Muçulmano. Até essa época, ela era considerada a maior igreja do mundo.
No fim do Império Bizantino, os bens da igreja foram saqueados e sua estrutura acabou danificada por alguns terremotos. Por falta de dinheiro, ela acabou abandonada, mas quando os turcos reconquistaram Constantinopla a igreja foi recuperada e transformada em mesquita, até que em 1931 ela se tornou um museu.
A mesquita pode ser visitada de terça a domingo. Durante a baixa temporada, de 1º de outubro a 15 de abril, o horário de funcionamento do museu é das 9h às 17h. Durante a alta temporada, de 16 de abril a 30 de setembro, funciona das 9h às 19h. A entrada custa 30 TL, cerca de R$ 35.
A Mesquita Azul, construída entre 1609 e 1616, fica em frente à Hagia Sophia. A construção ganhou esse nome pelos mosaicos de azulejos e vitrais azuis que compõem o seu interior, que dão a ela uma dimensão espacial.
Dentro da mesquita, fiquei ao lado de um guia que falava português com um grupo de brasileiros e fiquei ouvindo a história que ele contava sobre o lugar. A mesquita é a única com seis minaretes, aquelas torres finas de onde sai o som das orações diárias dos mulçumanos. Segundo o guia, existe uma lenda que diz que um sultão pediu ao arquiteto um minarete de “ouro”, mas o arquiteto entendeu “seis”, porque os sons das duas palavras em turco são bastante parecidos. Por esse motivo, a mesquita seria a única a possuir 6 minaretes.
A Mesquita Azul abre diariamente, das 9h às 17h, fechando apenas durante as orações. A entrada é gratuita.
A imponência das mesquitas deixa qualquer um de boca aberta, mas o que nos encantou foi a paz e a sutileza das mesquitas menores. A nossa preferida foi a Mesquita Yeni, mais conhecida como New Mosque, ou Nova Mesquita, em português, que fica perto da Ponte de Gálata e ao lado do Mercado de Especiarias.
É uma mesquita simples, porém muito bonita e com um belo e espaçoso pátio interno, onde existem torneiras em que os mulçumanos costumam lavar os pés antes de entrar. Sua construção foi a mais longa de todas as mesquitas, durando 66 anos. A proximidade com o mar, que sempre invadia a obra, além de terremotos e incêndios, teriam dificultado o seu término.
Apesar de ter sido inaugurada em 1665, a mesquita tem o nome de “nova” por ter sido, na época, uma das mais recentes construções do tipo.
Outra mesquita muito bonita, que transmite uma paz imensa, é a Suleymaniye. O seu interior é um enorme espaço quadrado, sem divisões, com um grande lustre circular em seu centro.
O carpete avermelhado dá um tom mais quente ao local, sem deixar o clima pesado. É uma combinação de deixar qualquer um arrepiado.
O pátio abriga uma imensa área verde onde mulçumanos e visitantes sentam para conversar, enquanto as crianças brincam e correm de um lado para o outro. Na parte da frente, além de uma fonte e belíssimas arcadas, há um espaço que abriga um cemitério onde se encontram os restos mortais do do Sultão Süleymaniye e de sua esposa Hürem.
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