Foram 11 dias de viagem por 4 regiões do Vietnam. O suficiente para morrermos de amor pelo país. Com população de mais de 90 milhões de pessoas e um território 30 vezes menor do que o do Brasil, o Vietnã surpreende de muitos modos. O país é pulsante, cheio de vida e tem uma natureza exuberante
Entramos no Vietnam por Hanói e, ainda no caminho para o hotel, ficamos grudados na janela do táxi, empolgados com a confusão de motos que trafegavam enlouquecidamente, sem direção certa.
Regras de trânsito não existem, mas de alguma forma tudo se organiza. Muitas motos não têm nem retrovisor! Parece que cada um se preocupa apenas com o que se tem à frente, ninguém olha para trás ou para os lados e as buzinas são constantes no Vietnam. Fon-Fon-Fon…! Esse é o som ambiente das movimentadas Hanói e Ho Chi Minh (a antiga Saigon). Segundo nos contou um guia, nessas duas cidades existe cerca de uma moto para cada duas pessoas!
Atravessar a rua pela primeira vez é uma aventura! Tem que fechar os olhos, rezar, e deixar as motos desviarem de você. Um experiência incrível! No terceiro dia você já está craque na arte. Os vietnamitas normalmente dirigem entre 30 km/h e 40 km/h e não passam de 50 km por hora, até nas avenidas mais movimentadas. Aí entendemos a razão de o índice de acidentes ser quase zero!
Não se vê muitos carros e ônibus pelas ruas. As motos suprem bem a necessidade e servem para tudo! Carregam famílias inteiras. Sim! Pai, mãe, 3 filhos, gato, cachorro… Sem falar nas tralhas que elas transportam, como móveis e mercadorias em geral. Sem exagero! É incrível o tanto de coisa que pode caber na garupa de uma moto vietnamita.
Algo que nos surpreendeu muito no Vietnam foi ver os locais andando totalmente cobertos, sempre com calças, blusas de manga comprida, bonés e os famosos chapéus de vietnamitas. Lembrando que quando fomos para lá a temperatura girava em torno dos 25 graus! Descobrimos que existe uma obsessão por ser branco. Para eles, quanto mais clara for a pele, melhor a posição econômica. A justificativa é que a população mais pobre, que é a maioria, executa trabalhos mais braçais e fica muito tempo exposta ao sol. Logo, quem tem a pele mais escura é mais pobre. Pelo menos foi essa a história que um local nos contou. Além disso, todos usam máscaras (de todos os tipos, cores, estampas e desenhos) para suportar o fumacê que as milhares de motos produzem.
Caso você queira um lugar mais calmo, o Vietnam também tem! O país é todo permeado por rios e baías que fazem parte do dia a dia da população. Em Hoi An, durante um passeio de bicicleta se vê vários rios lindos.
No delta do Rio Mekong, a 2 horas de Ho Chi Minh, dá pra passear num barquinho remado pelos nativos, pelos estreitos canais que são muito parecidos com os cenários dos filmes americanos sobre o Vietnam; e ainda andar de charrete pelos vilarejos às margens do rio.
Sem falar de Halong Bay! São quase 2 mil ilhas espalhadas por uma baía charmosíssima! Entre as opções para passar o dia estão praias desertas, passeios de kayak, cavernas e vilas de pescadores. O cruzeiro de duas noites em Halong Bay é programa imperdível no Vietnam! É ou não é o paraíso?
A comida vietnamita é um show à parte, uma indecência! Foi uma das melhores que já comi na minha vida. Além do tradicional Pho, uma sopa de macarrão de arroz com verduras, especiarias, frango ou carne, tem os famosos spring rolls, um tipo de rolinho primavera com massa fininha e transparente, recheado com verduras e carne, frango ou camarão. De comer rezando! Como nós, eles amam arroz e ele está presente em tudo! Ah! Eles também amam um churrasquinho! Tem muita fritura e tudo é feito na rua, na hora, na sua frente! Eu, como boa boca que sou, fiquei louca, queria comer de tudo! E comi. E bebi. São várias marcas de cervejas locais super baratas. Em alguns lugares era possível encontrar cerveja de 450 ml por cerca de 70 centavos de dólar! As comidas também tinham preços incríveis! Como não enlouquecer?
E que gente maravilhosa habita esse lugar! Não dá pra entender nada do que eles falam, o alfabeto é esquisito, poucos falam inglês, mas a bondade nos olhos e a gentileza dos vietnamitas transcende qualquer barreira de linguagem limitada a letrinhas. Ao longo dos séculos, o povo lutou bravamente para manter a sua unidade e integridade, mas não perdeu a ternura! Os vietnamitas nos recebem com tanto carinho que parece que somos entes distantes, mas muito queridos da família. Ficamos em uma pousadinha em Hoi An onde nos preparam lanchinho quando chegamos (sem cobrar nada por isso) e ofereciam frutinhas sempre que voltávamos cansados da rua. Mas a fofura maior foi na hora de irmos embora: toda a família nos levou até o portão e ficou de lá dando tchauzinho até o táxi se afastar. Como não morrer de amor por essas pessoas?!
Apesar do pouco tempo, o Vietnam vai ficar guardado para sempre em nossas memórias. Além de seu charme excêntrico, o carinho com que tratam a todos é cativante, inesquecível e impagável! Não vemos a hora de voltar!
Para finalizar, veja o vídeo que produzimos sobre nossa passagem por lá! Assista em HD clicando no ícone do Vimeo e som na caixa!
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